segunda-feira, 13 de janeiro de 2014
Drogas, problema de saúde ou problema social?
Não tenho a intenção de fazer um discurso tendencioso escrevendo esse texto, apenas quero que minhas ideias se pautem na exposição de uma lógica que não enxergamos dentro desse contexto de drogas e segurança pública. As drogas são um problema de saúde pública? sem sobra de dúvidas as droga são um problema de saúde pública, algumas fazem mal, outras nem tanto, mas por que buscamos consumi-las? será pelo fato da mesma nos proporcionar uma ''válvula de escape'' para a realidade massacrante que vivemos? ou por uma curiosidade irracional? responder essas perguntas demandaria muitos especialistas e muito tempo de debate, não é esse o meu objetivo, até porque não sou especialista em nenhuma área de saúde. Meu texto não vai abrir uma discussão a respeito da droga como um problema de saúde, mas sim como ela se tornou um problema social.
Vivia me perguntando o porquê da criminalização das drogas, como toda pessoa leiga, pensava que era uma forma de o estado proteger a minha saúde, que meigo não?! No entanto esse pensamento cessou a partir do momento em que eu descobrir o quanto a indústria alimentícia me matava e me mata todos os dias com a permissão do Estado. Se o Estado quisesse proteger a minha saúde, não haveria empresas da McDonald's no meu país, ou a Monzanto atuando no agronegócio. A desculpa da droga como algo maligno pra saúde foi uma justificativa perfeita para essa proibição. Ah... foi um ótimo negócio pra os narcotraficantes, possíveis defensores fervorosos dessa criminalização. Entretanto, não foram só os Narcotraficantes que saíram no lucro, mas também diversas indústrias, as quais citarei no decorrer do texto.
O que ganhamos com essa proibição? Não ganhamos nada, pois nossa saúde não é algo primordial para o ''topo da pirâmide''. Nos países da americana latina, essa criminalização se mostrou ineficiente, não só ineficiente, mas também desumana visto que moradores dessas comunidades, cujo o tráfico está presente, os quais são trabalhadores, crianças, mulheres, que não têm outra saída a não ser conviver com uma guerra irracional, em que só há interesses de traficantes e de indústrias, dentre elas a indústria de armas, essas pessoas não têm outra alternativa a não ser conviver com todo esse ciclo vicioso de drogas e mortes. Mas devemos nos dobrar sobre a seguinte pergunta: O que seria da indústria de armas sem a guerra? o que seria da indústria de armas sem o seu ''dinheirinho'' garantido do tráfico e da policia? existem traficantes altamente armados com armas Alemãs, Russas e Americanas, que são caras, mas dinheiro é o que não falta para o tráfico devido a sua monopolização.
Quem concede essas munições para os traficantes em troca de dinheiro é a polícia corrupta, que financia a morte e rouba o sonho de crianças que entram para o tráfico. Tentamos acabar com o tráfico colocando milícias e Upp's no lugar. No entanto, tal ''substituição'' não modificou muita coisa, os autores, sim, modificaram, mas violência continua presente e agora institucionalizada. As milícias exploram os moradores, cobram por um serviço que é deles por direito, que é a segurança, além disso instalam verdadeiras ditaduras nas comunidades. Quem perde nessa história não é só o policial, o morador honesto da comunidade, a criança do tráfico, quem perde nisso, também, somos nós que pagamos impostos ao governo para ele proteger as indústrias que lucram com toda essa carnificina; em troca recebemos um desvio considerável de dinheiro da educação e da saúde para a ineficiente segurança pública, que já mostrou que essa guerra não tem fim, e que não temos outra saída, a não ser retirar esse discurso moralista de criminalização das drogas e pensarmos outra forma de combater o tráfico. Estamos matando pessoas que não têm escolha para evitar a overdose de algumas pessoa que tem. Isso não faz sentido para nós, mas faz muito sentido para as grandes indústrias bélicas.
Isabella Costa Guimarães
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