domingo, 12 de janeiro de 2014

O prodígio de Salzburg, a vida de Mozart segundo Harold C. Schonberg





Mozart foi uma das crianças prodígio mais exploradas na história da música e pagou seu preço. A criança se desenvolve cultivando um talento específico à custa de todos os outros, a maior parte de seu tempo é gasta com adultos, sua educação geral é negligenciada e ela é supervalorizada. O resultado é uma infância incompleta e, muito frequentemente, uma maturidade incompleta. 

A partir dos 6 anos Mozart passou seu período de formação na estrada, sendo exibido nas cortes da Europa. Já adulto ele fez ainda mais concertos em turnês, de forma que 14 de seus 36 anos de vida foram passados longe de casa. Toda a Europa só tinha elogios para o maravilhoso menino. Um músico tão bem-dotado não deveria ter problemas para alcançar uma posição lucrativa. Mas Mozart nunca conseguiu, embora tenha passado a sua vida inteira tentando, de preferência uma posição na corte, com vasto e garantido salário. 

Ele não tinha tato algum, falava impulsivamente, dizia exatamente o que pensava de outros músicos, tendia a ser arrogante e superior e fez pouquíssimos amigos verdadeiros na comunidade musical. Em 1777 Mozart conheceu Aloysia Weber, tinha uma bela voz e um futuro promissor como cantora de ópera. Ele se apaixonou por ela. A ardente amizade de Mozart com a família Weber  foi temporariamente interrompida quando ele e sua mãe prosseguiram viagem até Paris. Após sua demissão da corte, Mozart se estabeleceu em Viena. Ele não tinha dinheiro e implorou a seu pai que não escrevesse cartas que aumentassem suas preocupações. 

Os Webers estavam em Viena e Mozart foi morar com eles.  Após um enorme preâmbulo sobre a necessidade de um homem se casar, ele anunciou que estava apaixonado, agora por Constanze Weber, ela não era feia, apesar de não ser bela. Toda a sua beleza consistia de dois pequenos olhos negros e uma delicada figura. Ela não era inteligente, mas dispunha de bom-senso que a capacitara a cumprir todas as obrigações de esposa e mãe. As relações de Mozart com seu pai esfriaram consideravelmente após 1781. 

 A música de Mozart é ao mesmo tempo fácil e difícil de ouvir: fácil, por sua graça, sua melodia ininterrupta, sua organização clara e perfeita; difícil, por sua profundidade, suas sutilezas, sua paixão. De qualquer modo, a música de Mozart hoje está reabilitada e largamente livre das concepções estéticas errôneos de tempos atrás. O homenzinho de Salzburg era uma milagre. Mais proteico que Bach e musicalmente mais aristocrático que Beethoven, ele pode ser colocado à frente como o mais perfeito, mais bem equipado e mais natural compositor que o mundo já viu nascer. 

Fonte: Livro, A vida dos grandes compositores.


                                                                      Amadeus
                                            O filme retrata a vida de Wolfgang Amadeus Mozart, muito bom!




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